No money

"O que você não sabe por inteiro é como ganhar dinheiro, mas isso é fácil e você nunca vai parar..."
(Loteria da Babilônia, Raul Seixas)

Em certos momentos em que paramos para refletir sobre o óbvio, aquilo que já sabemos parece saltar frente a nossos olhos como se fosse inédito.

Esses dias estava pensando sobre o dinheiro, ou melhor, sobre a falta dele... claro, porque se você não tem só lhe resta pensar em formas de consegui-lo. Foi ai que tomei conhecimento que nunca tive grana. Não que ate então eu pensasse que fosse o tio Patinhas, logicamente que tinha consciência que sou um duro, é que só agora resolvi me aprofundar nessa questão. O que me deixou puto é o fato que trabalho desde os meus 16 anos (não ininterruptos) e não consegui fazer a maioria das coisas que gostaria por falta de grana. Apesar que já fiz muitas coisas, mas todas na base do improviso ou a um preço altíssimo. Vai ai um exemplo para ilustrar: nessa semana, primeiro de fevereiro, recebi meu pagamento e logo na quarta feira me restavam exatos R$3,75. Tudo bem que gastei 15pilas com breja (o que não da nem pro começo) e paguei mais 15 em alguns filmes que aluguei para salvar meu fim de semana.

Até ai tudo bem, o que me deixa aterrorizado é o fato que essa situação ainda irá perdurar por mais 2 anos... 2 ANOS. Período exato quando termino a facu e meu contrato de estágio termina. Ai sim, estarei desempregado. Ainda bem que em 2012 vai tudo pras picas, porque eu já estou de saco cheio de levar no rabo.

O que me deixa aliviado é que pouquíssimas pessoas (ou talvez nenhuma) leram isso, porque qualquer indivíduo um pouco menos espirituoso, ao término da leitura poderia pensar “que cidadão mais pessimista e insignificante”; mais deixem as cabeças pensarem o que quiserem, afinal são para isso que são feitas.

Mas uma coisa eu afirmo, se a realidade se configura dessa forma para mim, é tudo fruto de MINHAS PRÓPRIAS ESCOLHAS, pois só aceito em minha vida eu como meu próprio norte, com todas as implicações possíveis. E se costumo escolher os caminhos mais difíceis e tortuosos, deve ter um bom motivo. E se pudesse voltar atrás faria tudo da mesma forma, talvez até pior. E parafraseando Frank Sinatra em sua My Way, sinto uma mórbida satisfação em afirmar que “recebi todas as pancadas, mas fiz do meu jeito”.